terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os filhos da Dita TOP3 - Arte e Cultura / 2011


Sábado, 17, no Auditório da UNIP, foi realizada a Cerimônia de Premiação do TOPBLOG 2011.

O Blog "Geração AI-5 - Os filhos da Dita" ficou com o terceiro lugar na Categoria Arte e Cultura - Juri Popular.

Um total de 16.725 Blogs disputou os prêmios, em 25 categorias, que juntos somaram aproximadamente um milhão e quinhentos mil votos.

Para nós do Arlequins esse terceiro lugar é muito significativo, além de ser a primeira vez que entramos em um concurso de Blogs e já sairmos premiados, essa conquista expressa principalmente o carinho e o respeito de todos que nos deram o voto dedicam ao nosso trabalho e pelo fazer teatro no Brasil.

Agradecemos a todos que disponibilizam tempo para a gente, seja na votação, nos comentários aqui postados, no envio de e-mails nos dando estímulo e, o que nos deixa muito mais felizes, assistindo aos nossos espetáculos.

Evoé !!!

Nas fotos da Cerimônia de Premiação (acima) estão os seguintes Arlequins:

Ana Maria Quintal: atriz e dramaturga
Edson Frank: fotógrafo, artista gráfico e web design
Marisa Quintal: fotógrafa e artista gráfica

Conheça os vencedores em todas as categorias do TOPBLOG 2011

Boas Festas e Feliz 2012.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tortura em branco e preto, tempos de noite e névoa

por Luiz Cláudio Cunha

O sábado, 10 de dezembro, marcou o 27º aniversário da Convenção contra a Tortura, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1984 – ratificada pelo Brasil apenas cinco anos depois, justos 48 dias antes do centenário da proclamação da República.

Uma semana antes, sábado 3, o país se deparou com um documento espantoso, o melhor retrato de uma era, a imagem mais emblemática de uma época conhecida pelo chumbo quente da tortura, o símbolo mais cortante dos 21 anos da ditadura que sangrou o Brasil no período 1964-85. É uma fotografia em preto e branco, como aqueles tempos obscuros, captada na 1ª Auditoria Militar do Rio de Janeiro num dia qualquer de novembro de 1970, quando se completava o primeiro ano no poder do presidente Garrastazu Médici, o líder mais temido da fase mais dura do regime dos generais. A revelação pertence ao livro A vida quer coragem, que o jornalista mineiro Ricardo Amaral lançará este mês pela editora Primeira Pessoa.

A foto mostra de lado, sentada sobre uma cadeira sem braços, uma jovem magra de 22 anos, cabelos curtos, blusa clara de mangas curtas, as mãos entrecruzadas sobre as pernas, vestindo talvez a inevitável calça jeans de sua geração. A fisionomia está séria, fechada como o clima político do país, e o olhar parece absorto sob as sobrancelhas marcantes, quem sabe refletindo sobre os 22 dias terríveis sob tortura a que sobreviveu dez meses antes, ao ser presa pela repressão como integrante da VAR (Vanguarda Armada Revolucionária) - Palmares, uma das siglas da guerrilha que combatia a ditadura pelo desespero das armas. Três décadas depois, a guerrilheira “Estela” contou ao repórter Luiz Maklouf Carvalho o que lhe passava pela mente, ao lembrar os dias de horror na masmorra do DOI-CODI de São Paulo, o centro que tortura que virou símbolo da barbárie do regime:

Levei muita palmatória, me botaram no pau-de-arara, me deram choque, muito choque. Comecei a ter hemorragia, mas eu aguentei. Não disse nem onde morava. Tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército”.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A verdade é a única maneira possível de "esquecer"

por Eduardo Febbro (México)

Juan Gelman não é só um dos maiores poetas contemporâneos, como também um incansável militante da causa contra o esquecimento dos crimes cometidos pelas ditaduras militares que ensanguentaram o cone Sul nos anos 70 e 80. Juan Gelman estremece: com sua poesia, com a memória da repressão que carrega dentro de si e com o combate contra os censores dessa memória e seu empenho por não deixar impunes os responsáveis da barbárie.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A memória é um fator de decisão do presente

por Joana Tavares

Armazém reúne documentos de diversas lutas do povo brasileiro e disponibiliza divulgação

Um armazém é aquele local onde ficam os produtos à espera que alguém os transforme em outra coisa, seja em outros produtos, seja em artigos de consumo. No Armazém Memória, os produtos não são mercadorias, são inúmeros jornais, livros, filmes e documentos de diversas lutas do povo brasileiro, à disposição para serem lidos, estudados, divulgados e transformados em ação. Com a ideia de facilitar o acesso à memória e assim participar da construção contínua da história, Marcelo Zelic é a pessoa por trás do armazém virtual que articula projetos e parcerias para garantir sua atividade constante. Nesta entrevista, ele conta a inspiração do projeto e suas novidades para o período.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

De Ernestito ao homem do século

Um homem que cresce, cresce e cresce. E mesmo depois de morto não para de crescer

por Cristiano Navarro

Em 1933, no pequeno município de Alta Garcia, província de Córdoba na Argentina, Carlos “Calica” Ferrer Zorrilla de quatro anos foi apresentado por seus pais a um amigo de cinco que marcaria para sempre a sua vida, e mais tarde a história de toda humanidade: Ernesto Guevara de La Serna, ou apenas Ernestito como era chamado. Como dizia um amigo em comum, Guevara e Calica foram reunidos pelo bacilo de Koch, que provoca asma. No ano de 1932, a família Guevara mudou- se para a região serrana em busca de alívio para o problema respiratório do pequeno Ernesto.

Em seu livro “De Ernesto a Che” – A segunda e última viagem de Guevara pela América Latina, Calica conta que não se lembra quando conheceu o amigo. “Com certeza deve ter sido em um dos típicos aniversários infantis a que nossas mães nos devem ter arrastado, depois de lavados, engomados e emperiquitados como era costume naquele tempo. Com certeza, devem ter dito a Guevara: ‘Venha, você vai conhecer o filho do doutor Ferrer, o médico que o atendeu; quem sabe se tornam amigos’”.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Marighella, rap de Mano Brown

Na trilha sonora do filme "Marighella" há a música de Mano Brown, o rapper, líder do Racionais MC’s, composta especialmente para o filme e que leva o mesmo nome. O rapper fala sobre as semelhanças entre o pensamento marighellista e o de outros lutadores.

Confiram o rap "Marighella".

Marighella, 100 anos

Centenário do guerrilheiro é comemorado com exibição do filme Marighella no Cine Glauber Rocha, em Salvador (BA)

por Maria do Rosário Caetano

A exibição nesta segunda-feira (05) do documentário Marighella, no Cine Glauber Rocha, em Salvador (BA), marcará as comemorações do centenário de nascimento de Carlos Marighella em sua terra natal. O guerrilheiro, assassinado na Alameda Casa Branca, em São Paulo, em 1969, tem sua convulsiva história relembrada em filme dirigido por sua sobrinha, Isa Grinspum Ferraz. Ano que vem, a Companhia das Letras lançará alentada biografia de Marighella, escrita pelo jornalista (e ex-ombudsman da Folha de S. Paulo) Mário Magalhães.

Depois da sessão comemorativa no histórico cinema da Praça Castro Alves soteropolitana, Marighella ganhará sessão em praça pública de Cachoeira, no Recôncavo Baiano (dia 7), participará dos festivais Aruanda (na Paraíba) e Havana (em Cuba). Em 2012, fará o circuito europeu de festivais e chegará ao circuito comercial brasileiro.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os filhos da Dita eleito entre os 3 Blogs mais votados em Arte e Cultura


Este nosso Blog - Geração AI-5 "Os filhos da Dita" - está entre os 3 Blogs mais votados na categoria Arte e Cultura, pelo juri popular no TOPBLOG 2011. Isso só foi possível pela dedicação de vocês que disponibilizaram tempo para a gente. Muito obrigado.

Somos o grupo de teatro Arlequins. Neste espaço dividimos o material coletado, estudos, reflexões e outras experiências da montagem de nosso projeto "Geração AI-5", com o espetáculo "Os filhos da Dita", que entrou em cartaz este ano, passando por vários teatros e escolas de São Paulo, assim como a participação na VIII Mostra de Teatro Popular de Londrina, no Paraná.

Aqui também publicamos artigos, de inúmeros autores, pertinentes ao nosso propósito - resgatar uma parcela da história brasileira do relativo “esquecimento” a que foi confinada e tornar acessível e instigante a pesquisa sobre a ditadura militar brasileira e seus desdobramentos, com um olhar contemporâneo, na construção da memória cultural brasileira.

Agradecemos a todos nossos seguidores que com seus comentários inteligentes tornam esse espaço muito mais proveitoso e enriquecedor para todos nós. Obrigado em especial pelo voto de todos vocês que nos fizeram finalistas entre os 3 blogs mais votados no TOPBLOG 2011.

Evoé!!!

http://www.topblog.com.br/2011/index.php?pg=Top3

Tortura e psicologia - uma questão sempre presente

A tortura não é coisa do passado. É uma prática que persiste e precisa ser combatida.

O Memorial da Resistência de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta no projeto Sábado Resistente “Tortura e Psicologia – uma questão sempre presente”, um debate com a psicóloga e ex-coordenadora do Programa Nacional de Combate à Tortura do Governo Federal, Maria Auxiliadora Arantes, e Lúcia Coelho, psicóloga clínica, sobre a tortura, a concepção que move os torturadores e como suas vítimas convivem com essa experiência terrível.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Os filhos da Dita em Londrina

Hoje, às 21h, na VIII Mostra de Teatro Popular de Londrina, Ana Maria Quintal e Camila Scudeler com o espetáculo Os filhos da Dita, uma reflexão estética sobre o período da ditadura militar e seus desdobramentos em dias atuais.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

VIII Mostra de Teatro Popular de Londrina reflete sobre ditadura militar, ontem e hoje

A ditadura militar acabou, mas alguns resquícios desse passado sombrio nunca foram enterrados e teimam em se perpetuar como verdadeiros fantasmas que pairam sobre as cabeças daqueles que resistem e não se curvam diante das imposições dos donos do poder.

A perseguição aos que ousam se levantar contra as injustiças sociais neste país continua regra. E a criminalização da luta dos ativistas do campo e da cidade, uma constante. Apesar das torturas e dos assassinatos não terem deixado de ocorrer, principalmente nos rincões mais afastados deste país e nas periferias das grandes cidades, a repressão inovou em seu modo de agir. Sofisticou o discurso, para transmitir um ar de legalidade às ações.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Nosso Blog no TOP da Semana entre os 30 mais votados


Este nosso Blog - "Os filhos da Dita" - foi para o 2º TURNO do TOPBLOG 2011, entre os 100 Blogs mais votados pelos internautas no 1º turno e está no TOP da Semana entre os 30 mais votados.

Isso só foi possível pela dedicação de vocês que disponibilizaram tempo para a gente. Muito obrigado.

Dor e memória pelos desaparecidos da ditadura no romance de Bernardo Kucinski

Sob o título K., o romance conta através da ficção uma história que se baseou na mais crua realidade vivida pela família Kucinski

por Vivian Fernandes

O recém-lançado livro do jornalista e escritor Bernardo Kucinski retrata a busca de um pai por sua filha, que foi vítima da ditadura civil-militar brasileira no ano de 1974. Sob o título K., o romance conta através da ficção uma história que se baseou na mais crua realidade vivida pela família Kucinski.

O pai do autor, chamado de K. na obra, é o protagonista que após a prisão e desaparecimento de sua filha, Ana Rosa Kucinski Silva, sai em busca de seu paradeiro. Ana era militante da resistência à ditadura pela Aliança Libertadora Nacional e, também, professora da Universidade de São Paulo (USP).

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Arlequins Agradece !!!


Agradecemos a todos que nos deram força para a realização do lançamento do nosso DVD: Um registro de olhares Arlequins sobre os filhos gerados pela Dita "dura" do nosso país (Brasil 1964-2011), que aconteceu sábado, 5, no Memorial da Resistência de São Paulo.

Obrigado a todos que compareceram ao evento e um obrigado especial a Ivan Seixas e Caroline Grassi Franco de Menezes.

A todos vocês nosso imenso carinho e nossos aplausos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Arlequins convida para o Lançamento do DVD "Geração AI-5 - Os filhos da Dita"

Sábado, 05 de Novembro, das 14 às 16h, no Memorial da Resistência de São Paulo, estaremos lançando o nosso DVD: Um registro de olhares Arlequins sobre os filhos gerados pela Dita "dura" do nosso país (Brasil 1964-2011)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Arlequins Agradece !!!

Agradecemos a todos que nos deram força para a realização das apresentações do espetáculo "Os filhos da Dita" no Teatro Ponte Alta em Guarulhos, que aconteceram sábado (29) e ontem, domingo, (30).

Obrigado a todos que disponibilizaram seu tempo para assistirem ao nosso espetáculo e aos que generosamente dedicaram ainda mais tempo para tecerem suas valiosas impressões sobre o nosso trabalho.

A todos vocês nosso imenso carinho e nossos aplausos.

Evoé !!!

Leia mais:

Críticas e Comentários sobre Os filhos da Dita

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Camila Scudeler, mestre em Artes Cênicas pela USP

Ontem, 27, na ECA/USP, nossa querida companheira Camila Scudeler, em sua defesa de mestrado, com a dissertação "Um Olhar sobre a Criação Atoral e a Relação com o Espectador" e a apresentação do espetáculo "Os filhos da Dita", no teatro Alfredo Mesquita, foi aprovada "Mestre em Artes Cênicas pela USP".

Camila, muito feliz por sua aprovação, agradece a generosidade de Armando Sérgio da Silva, seu professor, Alexandre Mate e Reynuncio Napoleão de Lima, que fizeram parte da bancada.

Evoé !!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Segunda semana de Os filhos da Dita em Guarulhos

No próximo fim de semana, no sábado (29), às 20h, e no domingo (30), às 19h, o espetáculo “Os filhos da Dita” será encenado no Teatro Ponte Alta, em Guarulhos.

De uma forma bem humorada e lírica, o espetáculo propõe ao público uma reflexão sobre os anos de repressão vividos no Brasil, após o golpe civil militar de 1964 e suas consequências nos dias atuais. Se o lobo mau já engoliu a chapeuzinho… O resto não é silêncio, então… interessa: como a vomitará.

Aguardamos vocês lá !!!

Arlequins Agradece !!!

Agradecemos a todos que nos deram força para a realização das apresentações do espetáculo Os filhos da Dita no Teatro Nelson Rodrigues em Guarulhos, que aconteceram sábado (22) e ontem, domingo, (23).



Aos que lá foram nos assistir, nosso imenso carinho e nossos aplausos.

Evoé !!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Espetáculo Os filhos da Dita em Guarulhos


No próximo fim de semana, no sábado (22), às 20h, e no domingo (23), às 19h, o espetáculo “Os filhos da Dita” será encenado no Teatro Nelson Rodrigues, em Guarulhos.

De uma forma bem humorada e lírica, o espetáculo propõe ao público uma reflexão sobre os anos de repressão vividos no Brasil, após o golpe civil militar de 1964 e suas consequências nos dias atuais. Se o lobo mau já engoliu a chapeuzinho… O resto não é silêncio, então… interessa: como a vomitará.

Aguardamos vocês lá !!!

Serviço:
Teatro Nelson Rodrigues
Rua dos Coqueiros, 74 - Vila Galvão (Lago dos Patos)
Dia 22 de outubro, às 20h
e Dia 23 de Outubro, às 19h
Info.: 2447-1712 e 2475-3658
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$10 (meia)

Leia matéria divulgada no DG
Saiba mais sobre Os filhos da Dita em críticas e comentários sobre o espetáculo

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Em defesa da história da USP

por Camila Viviane Lui de Souza e João Victor Pavesi

Em 17 de março de 1973, a ditadura militar assassinava o estudante de Geologia da USP, Alexandre Vannucchi Leme, mais uma vítima daquele período marcado por prisões, torturas, desaparecimentos e assassinatos de militantes políticos que se propunham a construir uma sociedade democrática.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Manifestantes fazem ato no campus Butantã contra a ditadura

O protesto surgiu depois que uma placa foi instalada na Praça do Relógio, associando a tomada de poder dos militares em 1964 a uma Revolução

por Aline Scarso

Funcionários, professores e estudantes da USP (Universidade de São Paulo) realizaram um ato quinta-feira (06) na Praça do Relógio, no campus Butantã, em São Paulo. A manifestação chamada pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) será um espaço de discussão e reflexão sobre a ditadura.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A América cruel

Tem havido muitos sinais, recentemente, de que os EUA estão mergulhando fundo num padrão de crueldade. É difícil dizer por que uma coisa dessas está ocorrendo, mas parece que isso tem a ver com uma fé crescente na força como a solução de quase todos os problemas, seja em casa ou fora. O entusiasmo por matar é um sintoma inequívoco de crueldade. Isso é especialmente perturbador quando não são apenas os quadros do governo, mas pessoas comuns que se engajam nessas efusões.

por Jonathan Schell - The Nation

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Brasileiro expõe em NY afronta à ditadura brasileira

por Verena Fornetti

O artista plástico Antonio Manuel, radicado no Rio de Janeiro, abre sua primeira exposição solo nos EUA. A mostra "Eu quero agir, não representar" reúne esculturas, vídeo, desenhos e uma série de intervenções em capas de jornais feitas durante a ditadura militar no Brasil.

A busca por liberdade política é o tema que permeia as obras - a maior parte do final dos anos 1960 ou início da década de 1970. "Naquela época ninguém queria expor em galeria ou em museu. Eu queria estar na rua", afirma Manuel.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Culturas nacionais: Anotações sobre a morte e o esquecimento

Troy Davis recusou a última refeição, recusou o tranquilizante. Mas falou. Disse a mesma coisa que repetiu dia a dia durante seus últimos 22 anos: “sou inocente”. De nada adiantou: a Suprema Corte dos EUA se negou a suspender a sentença de morte, apesar dos erros estridentes que coalharam todo o processo. Enquanto isso, no Brasil, era aprovada uma "Comissão da Verdade". Até a última hora, o governo foi obrigado a conceder e conceder. É como se em meu país, olhar de lado, não mexer no passado, ficar distante e dissimular fizesse parte da cultura nacional. Faz?

por Eric Nepomuceno.

Aconteceu nos Estados Unidos, em Jackson, capital da Geórgia, um estado sulista, por volta das sete da tarde, hora local, da quarta-feira, dia 21 deste mês. Aconteceu com Troy Davis, negro, 42 anos de idade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deputados aprovam Comissão da Verdade sem punição a torturador

por André Barrocal

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (21), projeto de lei proposto pelo governo, no ano passado, que cria uma Comissão da Verdade para investigar e trazer a público – mas sem aplicar punições – crimes contra os direitos humanos praticados entre 1946 e 1988. O projeto, que sofreu algumas modificações – todas sugeridas por partidos adversários do governo – foi remetido ao Senado, que também terá de apreciá-lo e votá-lo.

A votação seguiu roteiro traçado pelo governo no início do ano. Supondo que não conseguiria aprovar uma comissão diferente da que propôs - com poderes punitivos, por exemplo – em um Congresso sensível à pressão militar, o governo trabalhou para que a votação ocorresse quase sem debates e de forma acelerada. Seria uma forma de contornar resistências.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Artistas e intelectuais lançam manifesto em apoio à Comissão da Verdade

A Câmara dos Deputados deve votar amanhã, 21 de setembro, o projeto que cria a Comissão da Verdade, encarregada de trazer à público as violações de direitos humanos cometidas durante o período da ditadura militar. A criação da Comissão enfrenta forte resistência de setores simpáticos e saudosistas da ditadura. Para ajudar a contrapor essa resistência, um grupo de intelectuais encabeçado por Leonardo Boff, Emir Sader, Marilena Chauí e Fernando Morais está lançando um manifesto de artistas e intelectuais em apoio à Comissão da Verdade.

Ideal de ensino libertário continua contribuindo com aprendizagem

Defendo a educação desocultadora de verdades. Educando e educadores funcionando como sujeitos para desvendar o mundo”, dizia Freire

por Desirèe Luíse

Na busca do ideal de educação fundamentada na democracia e na tolerância, Paulo Freire fez história. Em pleno século XXI, a proposta do educador brasileiro está presente tanto no legado de suas obras como na atualidade de seu pensamento. Nesta segunda-feira (19/9), Paulo Freire completaria 90 anos. Comemorações do seu nascimento acontecem desde o início do ano em todo o país.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Guarda-chuva" de dom Paulo garantiu investigação sobre tortura

por João Peres e Virginia Toledo

Bater em cachorro trôpego não vale? Pode até valer, se o cachorro for sabidamente feroz e estiver ameaçando se levantar para novos ataques. Quando o projeto Brasil Nunca Mais foi criado, a ditadura encaminhava-se para o final, já dando seus tropeços, dentro da caserna o clima estava longe de ser harmônico, e da cabeça da advogada Eni Moreira não saía a memória de que é nestes momentos que as provas desaparecem. Quando o projeto chegou ao fim, a ditadura já tinha data marcada para ir embora, mas não os seus métodos de coerção, a herança de tortura que restaria a delegacias e corporações policiais de todo o país.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Para indigenista, Brasil esqueceu massacres de índios na ditadura

por Roldão Arruda

Para o indigenista Egydio Schwade, colaborador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Amazonas, o Brasil ainda não conhece com exatidão as violências que foram cometidas contra os índios brasileiros no período da ditadura militar. No final de agosto, em Brasília, ao participar do lançamento de um relatório sobre violências contra populações indígenas ocorridas em 2010, ele disse que a mídia, o governo e organizações de direitos humanos falam de torturas e violências contra opositores do regime militar, mas se esquecem que alguns povos foram inteiramente dizimados em decorrência da política integracionista dos militares.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Brasil: Tortura é rotina em presídios

Generalizada e institucionalizada desde a Ditadura Militar, a prática de violência nas prisões brasileiras conta com a cumplicidade e omissão dos agentes públicos e das autoridades. É isso que uma comissão da ONU deverá constatar, brevemente, em visita ao Brasil – um vexame.

por Lúcia Rodrigues (Caros Amigos)

No próximo mês uma delegação da ONU virá ao país para verificar o que acontece atrás das grades das prisões brasileiras. O cenário que os representantes do Subcomitê para a Prevenção da Tortura, da Organização das Nações Unidas, irão encontrar é macabro. A tortura é praticada sistematicamente por policiais e agentes penitenciários em presídios, delegacias, centros de detenção provisórios e unidades socioeducativas destinadas a adolescentes. Está disseminada de norte a sul e de leste a oeste do país. Apesar disso, nenhum torturador está preso no Brasil. A tortura conta com a anuência do sistema judiciário.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O jornal sem patrão contra a ditadura

Livro resgata história do jornal Movimento. Em entrevista, autor fala sobre o periódico que enfrentou os militares

por Vinicius Mansur

Nascido em julho de 1975, após a saída em massa dos jornalistas do Opinião, o jornal Movimento foi um dos mais importantes instrumentos que escreveram a história da redemocratização brasileira até novembro de 1981. Fruto da organização coletiva daqueles que apostaram no jornalismo sem patrão e com programa político explícito, o jornal Movimento forjou, em meio à ditadura militar, o concreto exercício da democracia.

Esta história sai agora do mundo efêmero do jornalismo, dos registros dispersos e das conversas esporádicas para o registro denso e rigoroso do livro Jornal Movimento, uma reportagem de Carlos Azevedo, com reportagens de Marina Amaral e Natália Viana. Em entrevista, Azevedo resgata esta saga do jornalismo combativo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Arlequins Agradece !!!


Agradecemos ao Engenho Teatral pelo convite na "Engenho Mostra um pouco do que Gosta VI" para apresentação do espetáculo "Os filhos da Dita". A ele, a todos que nos deram força e aos que lá foram nos assistir, nosso imenso carinho e nossos aplausos.

Evoé !!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Os filhos da Dita na 6ª Engenho Mostra um pouco do que gosta

ENGENHO MOSTRA UM POUCO DO QUE GOSTA VI

É uma mostra anual de teatro que reúne algumas dessas experiências para o público do Engenho Teatral. Não se trata de mostrar o chamado “teatro de qualidade”, as formas estabelecidas de ver e representar o mundo. São outras janelas que se abrem, é uma outra comunhão e festa que se propõe ao público.

Na programação de 2011, que começou em 16 de julho, 4 dos 5 grupos de teatro convidados já se apresentaram na Engenho Mostra. Amanhã, sábado, dia 13 e domingo, dia 14, é a vez de Arlequins com o espetáculo Os filhos da Dita.

Como diz o pessoal do Engenho: Quem não viu, prepare-se para ver o que não se vê na TV.

Serviço:

ENTRADA GRATUITA
Dias 13 (sábado) e 14 (domingo) de agosto, às 19h
Engenho Teatral
Clube Escola Tatuapé - Estação Carrão do Metrô
Rua Monte Serrat, 230
fone 2092-8865
Estacionamento gratuito no local
Não se proíbe a entrada de crianças acompanhadas
Duração: 65 minutos
Recomendado para maiores de 14 anos

Saiba mais sobre ENGENHO MOSTRA UM POUCO DO QUE GOSTA VI

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

52 mil páginas registram espionagem da Polícia Civil de SP

Até 1999, central de arapongagem espionou partidos, autoridades nacionais, políticos, movimentos sociais, igrejas e sindicatos

por Ricardo Galhardo

A Polícia Civil de São Paulo espionou clandestinamente partidos, líderes políticos, autoridades estaduais e nacionais, movimentos sociais, igrejas e sindicatos até 1999, quase 15 anos depois do fim da ditadura militar (1964-1985). A existência de uma central de arapongagem política em pleno período democrático está registrada em mais de 50 mil documentos disponibilizados pelo Arquivo Público do Estado aos quais o iG teve acesso.

Segundo os documentos, o Departamento de Comunicação Social da Polícia Civil (DCS), criado em 1983 pelo governador Franco Montoro e extinto em 1999 no segundo mandato de Mário Covas, infiltrava agentes em assembléias sindicais e reuniões partidárias, fotografava e documentava atos políticos e acompanhava de perto as principais lideranças e entidades sem que houvesse qualquer indício de crime que justificasse a ação policial.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O julgamento de Ustra: a memória contra o extermínio

por Passa Palavra

O esquecimento do passado une-se à política do “medo” e da “segurança” para dar continuidade à violência institucional e à “engenharia do extermínio dos pobres”.

Na tarde de 27 de julho, deu-se início ao julgamento do processo civil que a família do jornalista Luiz Eduardo Merlino move contra o coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Foi a vez de 6 testemunhas de acusação prestarem seus depoimentos no Fórum (Palácio de Justiça) João Mendes, na capital de São Paulo.

Todas as declarações das testemunhas convocadas confirmaram a tese de que Ustra era a autoridade que ordenava os interrogatórios e o início das torturas que aconteciam nos porões (caves) do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão da ditadura civil-militar de que foi comandante entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. Paulo Vannuchi e Leane Ferreira de Almeida, dois dos depoentes, disseram que Ustra participava pessoalmente das sessões de tortura que conduzia.

terça-feira, 26 de julho de 2011

MTC ocupa a Funarte



Ontem, segunda-feira, 25, o MTC - Movimento de Trabalhadores da Cultura ocupou o prédio da Funarte em São Paulo. A ocupação não tem prazo para terminar e está aberta a todos que quiserem participar e apoiar o movimento.


300 artistas e simpatizantes unidos por um objetivo comum e reunidos em plenária, discutem os próximos passos do movimento.

domingo, 24 de julho de 2011

Militarização

fragmentos do artigo de Gabriela Moncau

Tiraram-nos a justiça e deixaram-nos as leis”. A frase é do escritor uruguaio Eduardo Galeano e foi citada pelo professor de jornalismo da PUC-SP, Silvio Mieli, para sintetizar a paradoxal sensação de injustiça e desigualdade, combinada com um sistema cada vez mais forte de repressão e militarização no Brasil, como o uso das Forças Armadas em manifestações operárias e nas favelas do Rio de Janeiro. Em São Paulo, nos últimos tempos, a população paulistana tem convivido não só com a rotineira presença policial em situações de repressão às manifestações sociais e nas violentas operações nos bairros pobres da cidade, como também tem enfrentado a orientação do prefeito de nomear policiais militares para a própria administração municipal.

Somente nas subprefeituras, 55 policiais militares ocupam posições no alto escalão administrativo; dos 31 subprefeitos, 25 são oficiais da reserva da PM, de modo que mais de 80% das subprefeituras estão sob comando direto da Polícia Militar. Além das subprefeituras, há comando policial militar na Secretaria de Transportes, na Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no serviço funerário, no serviço ambulatorial municipal, na Defesa Civil e na Secretaria de Segurança, funções antes ocupadas por funcionários civis.

sábado, 23 de julho de 2011

40 anos sem Merlino

Neste mês de julho, em que se completam 40 anos do assassinato do jornalista e militante Luiz Eduardo Merlino, ocorrido no DOI-Codi de São Paulo, o Coletivo Merlino organizará, no âmbito do projeto Sábados Resistentes, do Memorial da Resistência de São Paulo, uma homenagem ao então jovem Luiz Eduardo, assassinado aos 23 anos, lembrando a sua trajetória de vida e opção política. Merlino era militante do Partido Operário Comunista (POC) e, pouco antes de morrer, havia integrado a Quarta Internacional. Como jornalista, trabalhou nas publicações Jornal da Tarde, Folha da Tarde, Jornal do Bairro e Amanhã.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Testemunhas de ação contra torturador do Doi-Codi serão ouvidas no final de julho

Audiência do processo movido pela família do jornalista Luiz Eduardo Merlino contra coronel Brilhante Ustra ocorrerá dia 27 de julho

O Tribunal de Justiça de São Paulo ouvirá, em julho, as testemunhas que presenciaram a tortura e morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino, em audiência da ação movida por sua família contra o coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra – como o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humano Paulo de Tarso Vanucchi. Do outro lado, entre as testemunhas arroladas por Ustra está o senador e ex-presidente José Sarney. A audiência ocorrerá dia 27 de julho, às 14h30, no Fórum João Mendes, centro da capital paulista.

Merlino foi torturado e assassinado em São Paulo, em julho de 1971, nas dependências do Doi-Codi, centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. A audiência acontece no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jornalista.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Boal deixa o Brasil: sem apoio do governo ou da iniciativa privada, viúva do dramaturgo leva o acervo para os EUA

A argentina Cecília Boal está decidida: até o fim do ano, parte do acervo de seu marido, o diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta carioca Augusto Boal, que fundou o Teatro do Oprimido, foi eleito embaixador mundial da Unesco e morreu de leucemia em maio de 2009, migra para os Estados Unidos, sob a tutela da New York University (NYU). Segundo a psicanalista, que foi casada por 40 anos com o diretor que uniu teatro e ação social, trata-se da única saída possível ante a deterioração do material.

sábado, 16 de julho de 2011

As memórias de Gregório Bezerra

Mais de trinta anos após a publicação das Memórias (1979), de Gregório Bezerra, o lendário ícone da resistência à ditadura militar é homenageado com o lançamento de sua autobiografia pela Boitempo Editorial, acrescida de fotografias e textos inéditos, e em um único volume. O livro conta com a contribuição decisiva de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arrais no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da adovogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arrais) Eduardo Campos, entre muitos outros.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada

por Eliane Brum

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Até quando vão esconder a ditadura?

Comissão tentará detalhar fatos do período ditatorial no Brasil

por Eduardo Sales de Lima

“Não quero que meus netos achem que o meu pai foi o equivalente ao [Osama] Bin Laden. Honrar a luta dele é fazer com que a verdade sobre o modo como ele foi morto seja restaurada”. A dona dessa preocupação é a professora de psicologia da USP, Vera Silvia Facciola Paiva, filha do escritor Rubens Paiva, desaparecido e morto na ditadura civil-militar brasileira.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Comissão da Verdade: estratégia oficial divide deputados e parentes

por André Barrocal

A estratégia do governo de tentar aprovar a Comissão da Verdade no plenário da Câmara às pressas, para contornar a resistência de adversários, divide opiniões de deputados da Comissão de Direitos Humanos. E desagrada parentes de mortos e desaparecidos na ditadura militar, que não enxergam oportunidade de pressionar para que o projeto mude e permita punir torturadores e assassinos.

terça-feira, 5 de julho de 2011

O espetáculo da destruição não televisionada do mundo

por Luis Eustáquio Soares

Quando Hannah Arendt escreveu que o mal não se limita apenas a um regime político de exceção e nem muito menos se reduz a perfis humanos isolados, como Adolf Hitler, seu argumento era e é uma denúncia de que o mal é e está na banalidade vivida, experimentada e alimentada normalmente no dia-a-dia de nossas instituições. O mal é a normalidade ou, por outro lado, o modo como produzimos o considerado normal na esfera econômica, nas relações sociais diversas, inclusive nas amorosas, na família, na divisão social do trabalho, dos saberes, dos víveres viveres.

domingo, 3 de julho de 2011

ilha das flores



Ilha das flores, de Jorge Furtado (1989), retrata a sociedade atual, tendo como enfoque seus problemas de ordem sociais, econômicas e culturais, na medida em que contrasta a força do apelo consumista, os desvios culturais retratados no desperdício, e o preço da liberdade do homem, enquanto um ser individual e responsável pela própria sobrevivência. Através da demonstração do consumo e desperdício diários de materiais (lixo), o autor aborda toda a questão da evolução social de indivíduo, em todos os sentidos. Torna evidente ainda todos os excessos decorrentes do poder exercido pelo dinheiro, numa sociedade onde a relação opressão e oprimido é alimentada pela falsa idéia de liberdade de uns, em contraposição à sobrevivência monitorada de outros.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A insustentável leveza da web

por Carlos Eduardo Lins da Silva

Em
A Insustentável Leveza do Ser – romance de Milan Kundera publicado em 1984, depois levado ao cinema –, Tereza é uma repórter fotográfica que de maneira corajosa e quase compulsiva registra cenas da invasão de seu país, a então Tchecoslováquia, pela União Soviética, em 1968.

Suas fotos (como, na realidade, as dos verdadeiros fotógrafos presentes aos acontecimentos) serviram às forças da repressão para identificar e punir manifestantes que haviam se contraposto aos soldados invasores.

No filme, Tereza (vivida pela lindíssima e excelente atriz Juliette Binoche) vê, perplexa, o seu trabalho utilizado pelos agentes da polícia política para acusar oposicionistas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A rebeldia dos jovens que nos faz tanta falta

do blog de Emir Sader

Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Memória brasileira: sigilo ou vergonha?

fragmentos do artigo de Frei Betto

Há 141 anos terminou a Guerra do Paraguai. Durou de 1864 a 1870. Ao longo de seis anos, Brasil, Argentina e Uruguai, instigados pela Inglaterra, combateram os paraguaios. O pretexto era derrubar o ditador Solano López e impedir que o Paraguai, país independente e sem miséria, abrisse uma saída para o mar.

O Brasil enviou 150 mil homens para o campo de batalha. Desses, tombaram 50 mil. Do lado paraguaio foram mortos 300 mil, 20% da população do país. E o Brasil abocanhou 40% do território da nação vizinha.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Projeto resgata memória de combatentes da ditadura

O Instituto Vladimir Herzog lança na próxima segunda-feira (27), a partir das 19h30, o projeto “Resistir é preciso...”, que resgata a memória de jornalistas, artistas e militantes que resistiram à ditadura civil-militar (1964-1984) por meio da imprensa alternativa, clandestina e no exílio. A iniciativa também prevê o lançamento da coleção “Protagonistas dessa História”, que contém 12 DVDs com depoimentos de 60 ativistas.